Episódio 510 Love of My Live - by Paty e Joana

Uma mulher muito bonita (Mônica Bellucci) cruza o campus da UCLA. Cabelos pretos, presos. Com andar firme e sorriso no rosto ela chama a atenção de alunos e alunas que a observam passar. Saia justa no joelho, camisa azul que deixa os ombros à mostra e um charme altivo de quem sabe o que procura. Do outro lado do pátio, Bette desce as escadarias, quando vê essa bela mulher vindo em sua direção. Bette vira o rosto e olha para o carro, mas não se contém e olha novamente para ela. A esta altura, as duas já estão próximas.

MULHER: Bette Porter?
BETTE: Sim...
MULHER: Claire Edelstein, responsável pelo departamento de vídeo, prazer em lhe conhecer.
BETTE: Olá, prazer é meu, Claire. Tenho ouvido muito bem sobre o seu trabalho.
CLAIRE: Eu também ouvi muitas coisas boas sobre você.

Ela olha nos olhos de Bette, que fica ligeiramente envergonhada.

CLAIRE: Espero que nós façamos um bom trabalho juntas.
BETTE: Eu também, claro. Quero te propor umas idéias sobre vídeos artísticos que nossos alunos podem produzir e também....

Enquanto Bette fala, Claire presta atenção nas primeiras palavras até que desvia o olhar. Tina se aproxima e chama a sua atenção.

TINA: Hi, Bette. Hi... (olha par Claire, achando-a muito bonita).
CLAIRE: Claire.
BETTE: Hi, Tee.
CLAIRE: Nós nos conhecemos? (pergunta a Tina)
TINA: Talvez... (olha para ela, reconhecendo-a de algum lugar).
BETTE: Tina esta é Claire Edelstein. Claire, esta é Tina Kennard.

Claire não tira os olhos de Tina, que percebe e sorri embaraçada. Bette olha para as duas que trocavam um olhar e fica visivelmente chateada.

BETTE: Claire, foi um prazer. É uma pena que temos que ir...
CLAIRE: Claro, não quero atrasá-las, mas, acho que descobri de onde nos conhecemos, Tina. Dirigi um documentário dos estúdios Peabody. Você trabalhou lá, não?
TINA: Sim! É isso... talvez já tenhamos nos visto pelos corredores...
CLAIRE: Certamente...
BETTE: Tee, vamos?
TINA: (interrompendo): Claro, claro. Bom, Claire, nós nos vemos então!
CLAIRE: Espero que sim. Eu ia adorar se você pudesse vir conhecer o nosso estúdio qualquer dia.
TINA: Eu adoraria, diz despedindo-se.
CLAIRE: Tchau (e sorri). Tchau, Bette. Prazer em conhecê-la mais uma vez.

Bette sente novamente aquela insegurança que tinha sentido há poucos dias. Fica parada dentro do carro um segundo antes de dar partida.

BETTE: Tee... eu não gostei do jeito que ela olhava para você.
TINA: Bette você está vendo coisas, ela só me olhou daquele jeito porque estava tentando se lembrar de onde me conhecia.
BETTE: Pode ser, Tee, pode ser. (pausa) Tee, você me ama?
TINA: Claro! – diz sorrindo - Eu te amo muito Bette, não tem o por que de você duvidar disso, o que eu mais quero é formar uma família com você e nossa filha.

As duas se beijam ainda no estacionamento. Bette abraça Tina com força, mas ainda sente uma pontada de insegurança, como se tudo o que ela passou, a separação, as brigas, tenham deixado nela uma fragilidade que até então não existia.

Enquanto isso, Alice vai à casa de Liv para o tão esperado encontro. No caminho, repete a fórmula "C": calma + charme + confiança = cama + café da manhã! Com um vestidinho branco super curtinho, cabelos soltos, uma esperança enche o seu coração. Tanto tempo sem ninguém... Desde o fim do namoro com Dana, poucas pessoas tinham lhe interessado tanto quanto Liv. "Linda, inteligente, misteriosa e a fim de mim, é demais para uma pessoa só!", pensa.

Toca a campainha. Liv abre a porta, dá um beijo no rosto e convida Alice para entrar. A casa está toda à meia luz. Uma parede cheia de CDs, alguns vinis encostados ao lado. Liv fecha a porta e senta-se em um dos lados de um grande sofá vermelho. Alice acomoda-se do outro.

LIV: Que bom que você veio, Alice.
ALICE: É, que bom que você me convidou (e sorri).
LIV: Fiquei pensando em porque você não tinha entrado para tomar um café comigo, aquele dia à noite, e resolvi te ligar...
ALICE: Café? Eu adoraria ter tomado um café! Mas você não me convidou, que dizer... você não...
LIV: Convidou?
ALICE: É você só saiu do carro... não achei que...
LIV: Alice, eu disse: estou interessada em você. Nós nos beijamos... eu precisava dizer mais alguma coisa? (e sorri)
ALICE (envergonhada): Mas eu pensei que...

Liv a puxa pela cintura e lhe dá um beijo grande... prolongado...

LIV: Don’t think.

E as duas se beijam loucamente... Alice entra em total sintonia com Liv e as duas se seguram com força, enquanto deitam uma sobre a outra ali mesmo, no sofá. Liv segura a nuca de Alice, que parece não acreditar que tudo aquilo está acontecendo... Puxa a cabeça dela em direção a sua barriga. Alice começa a beijar e dar pequenas e grandes mordidas na barriga de Liv que coloca a cabeça para trás como se já estivesse completamente entregue àquela relação. Alice tira devagar a camisa dela que fica só de jeans deitada no sofá, com Alice em cima dela. Alice pensa em como ela é linda e continua sem acreditar na cena...

Liv coloca a mão por baixo do vestido de Alice que vira os olhos de tanta vontade...

ALICE (no ouvido): Eu quero você dentro de mim.

Liv a puxa para o quarto e as duas vão se beijando por todo o caminho. Empurrando-se e agarrando-se em cada uma das paredes do hall até chegar na cama.

Quando Alice se deita, quase morrendo de tesão, Liv deita-se por cima dela e pede para que vire de costas. Alice a puxa com força e ela acaba caindo por cima dela de forma firme, o que fez Alice ficar ainda mais excitada.

Liv, ofegante, se afasta um pouco e estica a mão até a sua mesa de cabeceira. Ela pega um vibrador. Alice olha para ela.

LIV: Quer experimentar? (diz, com um olha safado)

Alice a puxa pela cintura e as duas começam um vai e vem mais e mais forte. Liv beija todo o seu corpo enquanto vai colocando o brinquedinho das duas de forma mais e mais forte, de acordo com o ritmo dos seus corpos. No meio de tanto prazer inesperado, Alice só consegue pensar que isso só pode ser um sonho!!!

Enquanto isso, Shane trabalha no salão. Passou o dia todo com um ar triste e a sua atendente pergunta o que ta acontecendo. Ela, claro, não responde. ‘Talvez não tenha mesmo que dar certo’, ela pensa, enquanto faz o penteado de uma mulher muito bonita. Nada parecia lhe chamar muito a atenção até que vê, pelo espelho, Carmem se aproximando. Como não sabe o que esperar dessa vinda, também não soube o que sentir na hora. Então, não riu, só olhou para trás.

SHANE: A senhora poderia me dar licença?

Vai em direção a Carmem. As duas ficam em silêncio.

SHANE: Oi...
CARMEM: Oi...
SHANE: Eu... esperei por você aqui ontem...
CARMEM: Eu sei... desculpa.
SHANE: Tudo bem, eu só...
CARMEM: Eu não sabia o que fazer.
SHANE: Estou tentando fazer as coisas diferentes. Eu quero que elas sejam diferentes.
CARMEM: Quer?
SHANE: Muito...
CARMEM: Eu... eu também quero.
SHANE: Quer? (diz, com lágrima nos olhos)
CARMEM (também emocionada): Quero.
SHANE: Confia em mim, ta? – diz, abraçando Carmem – Dessa vez vai ser diferente. Muito diferente...
CARMEM, chorando muito: Eu te amo.
SHANE: Eu também te amo. Muito, muito... (e beija todo o rosto de Carmem)

A atendente olha para a cena com o maior espanto do mundo. A cliente também estica o rabo do olho. Alguns dos meninos que vendem roupa na loja ao lado disfarçam, mas dá pra ver que eles estavam achando a cena mais bizarra do mundo. Shane olha ao redor.

SHANE: Algum problema? Alguém ta sem ter o que fazer? ( e ri para Carmem)

Carmem ri com toda a esperança que ela podia depositar em um só sorriso. Ela pensa que as coisas estão mesmo diferentes e que tudo tem que te um novo começo.

SHANE: Eu queria te levar para jantar hoje, como eu pretendia ter feito ontem...

CARMEM: Sobre ontem eu...

SHANE (interrompendo): Não importa. A gente recomeça hoje...

Mais tarde, já tarde da noite, as duas saem do restaurante rindo muito e começam a caminhar. Chegam à porta da casa de Carmem.

CARMEM: Quer entrar?
SHANE: Quero muito, mas quem sabe não é melhor a gente ir mais devagar. Por nós, quero dizer.

Carmem olha para ela e dá um beijo longo, ali mesmo... as duas se abraçam forte no final do beijo e sorriem em despedida.

Shane vira e vai descendo as escadas quando é puxada pela camisa. Carmem, rindo, a puxa para dentro.